Marc Bloch será homenageado no Panteão francês, anuncia Macron
E mais: Fake News e a crítica de "Ainda estou aqui", filme de Walter Salles
Marc Bloch será homenageado no Panteão francês, anuncia Macron
Neste sábado (23), durante as celebrações do 80º aniversário da libertação de Estrasburgo, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que Marc Bloch, renomado historiador e membro ativo da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, será trasladado para o Panteão de Paris. “Pelo seu trabalho, pelo seu ensinamento e pela sua coragem, decidimos que Marc Bloch entrará no Panteão”, disse o Macron. Confira aqui.
A agência AFP, conta o Le Monde teve acesso a uma carta enviada pela família de Bloch a Marcon, na qual solicita que “a extrema-direita, em todas as suas formas, seja excluída de qualquer participação na cerimônia” de entrada no Panteão. “A obra deste patriota convicto é profundamente antinacionalista, construída contra o romance nacional e a redução da história francesa às fronteiras nacionais”, escrevem a sua neta Suzette Bloch e o seu bisneto Matis Bloch. A família também quer que a homenagem seja “puramente civil”, como Marc Bloch solicitou em seu testamento.
Fake News na história
Nos dias 5 e 12 de dezembro de 2024 acontece o Seminário “Fake News na história”, que será ministrado pelo historiador Bruno Leal, professor de História Contemporânea do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília (UnB). Ele também é o criador do Café História. Clique aqui para saber mais e fazer sua inscrição.
“As notícias falsas fazem parte das nossas vidas, e estamos tentando entender como lidar com elas, como evitar que elas minem a nossa democracia e dignidade. Mas a verdade é que as notícias falsas são antigas. Há muitas gerações elas estão circulando socialmente, muito antes das novas mídias digitais. Veja o caso do Plano Cohen, que deu margem para que se instaurasse no país, em 1937, a ditadura do Estado Novo. Tudo isso começou com um documento forjado e uma “notícia” reproduzida. Então, a ideia deste seminário online é entender o problema a partir de uma perspectiva histórica, entender os padrões e as estruturas polimorfas das fake news. E quem sabe, melhorar nossas estratégias de combate e prevenção”, sublinha Leal.
O seminário será dividido em dois encontros online e ao vivo, por meio de plataforma Sympla, que utiliza a ferramenta Zoom para a transmissão. Cada encontro terá duas horas de duração e cerca de 30 minutos deste tempo será destinado ao debate e momento de perguntas. Os encontros ocorrem entre 18h30 e 20h30.
Não pode assistir os seminários ao vivo? Não se preocupe. O material será gravado e estará disponível por 60 dias na plataforma Sympla. Ao final do curso, todos os inscritos receberão um certificado de participação, com 4 horas de carga-horária. O curso não conta com avaliação.
“Ainda estou aqui”: testemunho de uma história trágica
“Ainda Estou Aqui” do diretor e produtor Walter Salles – mais conhecido pelo filme Central Do Brasil de 1998 e que volta à ficção depois de um hiato de 12 anos – é uma adaptação do livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva de 2015, na época da publicação Marcelo tinha um filho pequeno de um ano e Eunice Paiva, sua mãe, já estava com 85 anos e com Alzheimer avançado. O livro é uma homenagem à luta de Eunice para tentar desvendar o desaparecimento de seu marido, o político cassado pela ditadura e engenheiro civil Rubens Paiva, em 1971. O fato ocorreu bem no auge da truculência da ditadura, com o exercício do AI 5. Marcelo Rubens Paiva se destacou como escritor em 1982 quando publicou Feliz Ano Velho, livro onde trabalha a sua traumática jornada como tetraplégico após um infeliz acidente em uma lagoa. Ele recuperou, com o tempo, parte dos movimentos de braços e pernas e seguiu com uma carreira literária de sucesso. O filme tem roteiro adaptado por Murilo Hauser, que escreveu A Vida Invisível (2019) e Heitor Lorega”.
“Para protagonizar essa linda obra, Salles escalou Fernanda Torres e Fernanda Montenegro para assumirem o papel de Eunice Paiva em diferentes momentos de sua vida. Mãe e filha representam a mesma pessoa, um deleite para os fãs das duas atrizes. Também temos no elenco um grupo interessante de jovens atores nos papéis dos 5 filhos de Eunice e Rubens: Valentina Herszage como Vera, Guilherme Silveira como Marcelo, Luiza Kosovski como Eliana, Barbara Luz como Nalu e Cora Mora como Maria Beatriz. Todos representam de forma acurada e comovente (pré)adolescentes que se encontram no fogo cruzado entre a opressão da ditadura e a resistência de parte da classe artística e intelectual da época.” Leia a crítica completa aqui.