Napoleão e a escravidão
Mais do que restabelecer a escravidão, a França, após 1802, reforçou uma legislação segregacionista em suas colônias.
Napoleão Bonaparte e a Escravidão
Quem diz Napoleão Bonaparte usualmente diz guerra, liderança e carisma. Poucos sabem, entretanto, que o Consulado Napoleônico (1799-1804) também esteve associado a outro fato sem paralelos na história: após abolir a escravidão durante a Revolução Francesa, em fevereiro de 1794, a França, por meio da lei do 30 floreal (20 de maio de 1802), restabeleceu essa forma de trabalho compulsório em seus territórios no além-mar. Salvo engano, não há outro país que, após abolir a escravidão por meios constitucionais, tenha retrocedido dessa maneira. Mais do que restabelecer a escravidão, a França, após 1802, reforçou uma legislação segregacionista em suas colônias. Vejamos como isso aconteceu aqui, no artigo do historiador Daniel Gomes de Carvalho, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo.
Jacob Lawrence, “To preserve their Freedom”, 1988. Artista pintou várias cenas da Revolução Haitiana. Cortesia DC Moore Gallery e Culture Type.
Os sentidos mínimos da aula de História
A aula de História é um lugar onde a criação do sentido é plural e infinita, de tal forma que nossas narrativas nunca esgotam as possibilidades de conhecer o passado e o presente. Por isso, dizemos que a História é um modo de interpretar o passado, nunca uma forma de apresentar o passado “tal qual teria sido”. Então, em uma aula de História, ao apresentar as interpretações do que aconteceu, através do uso de fontes, vestígios, documentos, não podemos nos deixar seduzir pela ideia, antes muito comum, de “reconstrução do passado”. Confira o artigo de Nilton Mullet.
Morre aos 92 anos o historiador Alberto da Costa e Silva
orreu neste domingo, aos 92 anos, o historiador e africanista Alberto da Costa e Silva. Autor de obras fundamentais sobre a história e a cultura da África, especialmente do Brasil e de Portugal, ele foi um dos maiores especialistas no tema, reconhecido internacionalmente por sua erudição e talento como escritor. Ele era membro da Academia Brasileira de Letras e atual orador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foi distinguido com o Prêmio Camões de 2014.
Alberto da Costa e Silva nasceu em São Paulo, em 12 de maio de 1931, filho do poeta Antônio Francisco da Costa e Silva e de Creusa Fontenelle de Vasconcellos da Costa e Silva. Mudou-se ainda criança para Fortaleza, onde fez o curso primário, e depois para o Rio de Janeiro, onde concluiu o secundário. Formou-se em diplomacia pelo Instituto Rio Branco em 1957 e serviu em diversas embaixadas, como Lisboa, Caracas, Washington, Madri, Roma, Lagos, Cotonu, Bogotá e Assunção. Foi também chefe do Departamento Cultural e subsecretário-geral de Administração do Ministério das Relações Exteriores.
Paralelamente à carreira diplomática, desenvolveu uma vasta obra literária, que abrange poesia, ensaio, memória e história. Como historiador, escreveu livros como “Um rio chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África”, “A enxada e a lança: A África antes dos portugueses”, “A África Explicado aos Meus Filhos”, dentre tanto outros que o tornaram referência no meio do africanismo.
Curso online sobre Napoleão
Entre os dias 4 e 18 de dezembro de 2023 acontece o curso livre online “Napoleão”, que será ministrado pelo historiador Daniel Gomes de Carvalho, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e professor de História Moderna na Universidade de São Paulo (USP). Ele é também autor dos livros Revolução Francesa (2022, Editora Contexto) e Thomas Paine e a Revolução Francesa (2023, Fino Traço), e um dos hosts do podcast História Pirata. No Café História, Carvalho já falou sobre Thomas Paine, Liberalismo e Revolução Francesa. Clique aqui.
Embora já começado, o curso pode ser adquirido até a data da última aula (18 de dezembro). A gravação das aulas já ministradas podem ser acessadas a qualquer momento, por até 60 dias após a data da última aula.